De fato, o ambiente da UTI é, por natureza, frio e cheio de limitações. Ao tornar este ambiente mais humanizado, devolvemos ao paciente um pouco de dignidade e subjetividade, lembrando que por trás de cada leito existe uma história, uma vida, um sentimento.

No Dia dos Namorados, a equipe de Humanização do Hospital Regional Santa Rosa, em Abaetetuba, promoveu um evento que comoveu os profissionais e visitantes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Pedro Leal, de 59 anos, casado há 32 anos com Eliete Leal Monteiro, 48 anos, recebeu o afeto e a atenção de sua esposa, e teve a oportunidade de cantar a música “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto Carlos.

A ação, concebida pela equipe multidisciplinar da UTI do Santa Rosa, “permitiu mais do que um encontro romântico, um significativo ato de empatia e valorização do laço emocional como componente do processo de recuperação”. Frequentemente, o paciente fica dias ou semanas longe da rotina familiar e do convívio físico com as pessoas que ama. Ionara Paulina Rodrigues, coordenadora de enfermagem e encarregada do projeto ‘Amor que Cuida’, destacou a importância do suporte emocional na recuperação, e o amor é um remédio eficaz.

Com a aprovação médica e o cuidado da equipe multidisciplinar, em particular da fisioterapeuta Joyce Costa e da terapeuta ocupacional Carla Larissa, a visita foi conduzida de forma personalizada.

A ação relacionada ao Dia dos Namorados contou com o envolvimento direto dos profissionais de enfermagem, fisioterapia, psicologia e serviço social. Joyce Costa, fisioterapeuta, destacou que a ação também funciona como um método terapêutico: “O ambiente de uma Unidade de Terapia Intensiva é, por natureza, frio e cheio de limitações.” Ao tornar este ambiente mais humanizado, devolvemos ao paciente um pouco de dignidade e subjetividade, lembrando que por trás de cada leito existe uma história, uma vida, um sentimento.

“Foi uma grata surpresa, somos do município de Tomé-Açu, casados há 32 anos e ele sempre se esforçou para me proporcionar muita felicidade. Isso me deixou mais contente e me deu energia para seguir lutando e auxiliar na sua recuperação”, declarou em lágrimas Eliete Leal, esposa de seu Pedro. “Foi o presente mais belo que eu poderia ganhar, especialmente quando ele cantou e me presenteou com uma carta destacando cinco qualidades que ele reconhece em mim.”

A experiência, além da comoção de pacientes e familiares, também teve um impacto significativo nos profissionais. É inesquecível ver um paciente, quase três meses na UTI, sorrir genuinamente ao segurar a mão da parceira. “Isso nos faz recordar por que optamos por cuidar do próximo”, comentou a terapeuta ocupacional Carla Larissa.

“O amor está presente em todas as esferas da nossa existência e nós, profissionais da saúde, temos a responsabilidade de contribuir sempre que possível para que esses momentos se concretizem, inclusive na UTI do hospital”, afirmou Claudemir Guimarães, diretora geral do Hospital Santa Rosa.

O sucesso do projeto já motiva novas iniciativas para datas especiais futuras, como o Dia dos Pais, Dia das Mães e o Natal. “Nosso objetivo é demonstrar que é viável combinar tecnologia e sensibilidade no atendimento intensivo.” Pedro Henrique, coordenador da equipe multiprofissional, enfatiza que a humanização não é um privilégio, mas um direito.

Com essa ação, o Hospital Regional do Baixo Tocantins Santa Rosa reitera sua dedicação a um atendimento completo e humanizado, que ultrapassa os protocolos médicos, valorizando o afeto como componente crucial do processo de recuperação. Neste Dia dos Namorados, o amor ultrapassou os limites dos monitores e respiradores, recordando a todos que, mesmo nas situações mais adversas, ainda é viável festejar a vida com muito amor e afeto.

Texto: Wellington Hugles-ASCOM/HRBTSR

Fotos: Divulgação ASCOM


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Gazeta do Pará

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