Um conjunto de cadernos apreendidos pela Polícia Federal pode ser a chave para desvendar um dos maiores esquemas de corrupção da história recente do país.

As anotações estavam no escritório de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como o operador que pagava propinas a servidores em troca de autorizações para fraudes bilionárias contra aposentados.

Entre as anotações, estão registros como “Virgilio 5%” e “Stefa 5%”, que segundo a PF, indicam pagamentos ao procurador-geral do INSS, Virgílio Oliveira Filho, e ao ex-presidente do instituto, Alessandro Stefanutto — ambos afastados na semana passada pela Justiça.

Os investigadores dizem que os cadernos funcionam como um verdadeiro mapa da propina, revelando valores, nomes de empresas e datas de encontros. Só o “Careca” movimentou mais de R$ 53 milhões, e a estimativa é de que o grupo tenha desviado R$ 6,3 bilhões de pelo menos 4 milhões de aposentados desde 2019.

O operador do esquema ostentava uma vida de luxo: 12 carros de alto padrão, casa de R$ 3,3 milhões no Lago Sul (Brasília) e até empresa em paraíso fiscal. Tudo, segundo a PF, para lavar o dinheiro desviado.

Apesar das evidências, os advogados de Antunes dizem que ele é inocente e que tudo será esclarecido na Justiça.

A investigação continua.

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Gazeta do Pará

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