Nascida em 18 de agosto de 1900, Teodora Maria de Alcântara faleceu na manhã desta quarta-feira (14), aos 124 anos, na comunidade Japum, no município de Cachoeira do Arari, Ilha do Marajó. A informação foi confirmada pelo jornalista JR. Avelar, do Diário do Pará.
Sua certidão de nascimento, lavrada em Icoaraci (antiga vila de Pinheiro), comprova o que os moradores já sabiam: Dona Teodora era uma verdadeira lenda viva da Amazônia.
Sem saber ler ou escrever, ela sobreviveu a duas guerras mundiais, duas pandemias – gripe espanhola e coronavírus – e presenciou marcos históricos como a chegada do homem à Lua, a invenção da televisão, a internet e a queda do muro de Berlim. Acompanhava tudo pelo rádio, seu fiel companheiro.
Em 2016, ganhou projeção nacional ao liderar um protesto que exigia energia elétrica para sua comunidade. Aos 116 anos, permaneceu dois dias à beira do ramal interditado, até que o serviço foi finalmente autorizado.
Embora ainda não reconhecida oficialmente pelo Guinness Book, que atualmente aponta a gaúcha Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, como a mulher mais velha do mundo, Dona Teodora já era, para o povo do Marajó, um verdadeiro patrimônio da resistência e da história.
Hoje, o Pará se despede de uma mulher que viveu muito além do tempo, deixando um legado de força, luta e dignidade.
Dona Teodora, presente!
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