A tradicional empresa de transporte coletivo urbano, que já foi referência na região, vive hoje um verdadeiro colapso. O que começou nos anos 80 como Catanni, transformou-se na Viação Tucuruí, mas manteve sua sede em Pato Branco (PR). Desde então, toda a frota sempre foi emplacada no Paraná, sem contribuir com tributos rodoviários para o Pará — um indício da falta de compromisso com a cidade que a sustentou por décadas.

Ao longo dos anos, os lucros e investimentos seguiram para o Paraná, enquanto em Tucuruí a frota foi sucateada, o atendimento à população se deteriorou e os ônibus passaram a quebrar diariamente em diferentes pontos da cidade, deixando passageiros ao relento.

O cenário se agravou com o fim das grandes obras da UHE Tucuruí e das eclusas, que reduziram o fluxo de passageiros. Paralelamente, a melhoria do poder aquisitivo fez com que parte da população adquirisse carros e motos, diminuindo ainda mais a demanda pelo transporte coletivo.

Nesta semana, a crise chegou ao auge: a empresa perdeu seu maior contrato particular, com a empresa Palmyra, e demitiu dezenas de funcionários. Nos bastidores, já se fala em um possível fechamento total da companhia e do fim das linhas urbanas em pouco tempo.

O que se vê hoje é reflexo de uma gestão que priorizou interesses externos em detrimento de investimentos locais. Tucuruí, que acolheu a empresa e garantiu seus lucros por anos, agora paga o preço do abandono.

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Gazeta do Pará

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