Jogador de 21 anos deverá ser emprestado até o fim do ano, com opção de compra no contrato
A uma semana do encerramento da janela de transferências, o Vasco tem bem encaminhada mais uma contratação de olho no Brasileirão: a do volante Mateus Cocão, do Náutico.
Os dois clubes tem conversas avançadas para o empréstimo do jogador de 21 anos até o fim do ano, com opção de compra prevista no contrato. O negócio deve ser selado nos próximos dias.
Conheça o Jogador
Mateus Cocão, de 20 anos, tem pai, mãe e duas irmãs que jogam futebol em peladas em Tucuruí, no Pará, onde nasceu; volante fez testes na Suécia e parte de projeto social de lateral Victor Ferraz
Ao entrar em campo aos 36 minutos do segundo tempo, contra o CRB, na quarta-feira, e fazer a estreia pelo Náutico, o garoto Mateus Carvalho dos Santos, de 20 anos, não realizava um sonho apenas dele. Mas de toda a família que mora em Tucuruí, no Pará, a 460 quilômetros da capital Belém, e que assistiu a partida pela televisão.
Uma família movida pela paixão pelo futebol e onde quase todos jogam bola. Incluindo o pai, a mãe e duas das três irmãs de Cocão, como a nova promessa alvirrubra é conhecida. O único a se profissionalizar.
Se forem posicionados em campo cada um dos integrantes da família Santos, é possível formar quase meio time. A começar pela mãe, Maria Geane Alves Carvalho, 45 anos, goleira. “Agarra muito e é pegadora de pênaltis”, elogia Mateus.
No meio de campo, o jovem alvirrubro dividiria a função de volante com o pai, Édson Guilherme dos Santos, 46, que ganha a vida como serralheiro. Na frente, a irmã caçula Gerlane, 17, meia e camisa 10. “Joga pra caramba. É craque”, diz Cocão, e a outra irmã, Rayele, 27 atacante. “Chuta muito forte”, garantiu.
Com tanta intimidade com o futebol, o que não faltou foi incentivo para que o garoto tocasse em frente o desejo de viver da bola. Inclusive da irmã mais velha, Raylane, 28, a única que não é jogadora na família, mas que era a responsável por levar o menino Mateus aos treinos.
“Nunca jogamos todos juntos. Quando era pequeno, cheguei a jogar com o meu pai. Sempre tive todo o incentivo da família e agora estou podendo realizar o sonho que também era deles. E se Deus quiser, vou realizar ainda mais. Estamos na luta” disse Mateus.
Antes do Náutico, escalas na Suécia e no time de Victor Ferraz
Das peladas em Tucuruí, Mateus foi levado para o Independente, time da cidade, onde foi logo inscrito para a equipe profissional que iria disputar a Série D em 2020. Ele tinha 18 anos.
De lá, já com um empresário, partiu para uma período de testes no futebol da Suécia, onde passou apenas dois meses, antes de chegar ao VF4, clube da Paraíba que pertence ao lateral-direito do Náutico Victor Ferraz e que também funciona como projeto social.
– Joguei o Paraibano Sub-20 do ano passado e marquei quatro gols em cinco jogos, sempre atuando como volante. A passagem pelo VF-4 foi muito boa, pela estrutura. Melhorei muito minha parte física – disse Cocão, que chegou ao Náutico também no ano passado e reencontrou Victor Ferraz. Agora como companheiro de elenco.
– A gente conversa sobre o projeto, ele sempre cita o meu nome. O Victor é muito gente boa, a gente troca uma resenha e ele sempre fala para eu manter a cabeça boa. Que minha hora vai chegar. E me elogiou pela estreia no profissional – relatou o jovem jogador, fã de Toni Kroos, Iniesta, Xavi e Casemiro.