O empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, suspeito de comandar fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, foi preso em Curitiba, nesta quinta-feira (3/10), no desdobramento da Operação “Poyais” da Polícia Federal (PF).Também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em. O operação apura a prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem de capitais e de organização criminosa. As ordens foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR.Segundo a PF, a investigação apurou, após a deflagração da Operação “Poyais” em 06/10/2022, que o empresário, apontado como o responsável por organização criminosa suspeita da prática no Brasil e no exterior de fraudes com criptoativos, descumpriu medidas cautelares diversas da prisão impostas pela Justiça Federal. Dentre as restrições, o investigado não poderia continuar a administrar suas empresas e tampouco praticar atos de gestão no interesse de seu grupo econômico.A partir de trabalhos policiais, foi possível identificar que o investigado, dias após a deflagração da operação policial, passou a realizar encontros frequentes, em sua residência em Curitiba, com funcionários de suas empresas. Uma das empregadas é a gerente financeira de seu grupo, ao passo que outro empregado identificado é o responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes.Além do descumprimento das medidas cautelares, as quais eram suficientes para a expedição do decreto de prisão, a constatação dos encontros frequentes do investigado com empregado responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais demonstrou que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos.No bojo da investigação da Operação “Poyais”, demonstrou-se que o grupo criminoso, além de promover fraudes no Brasil e no exterior, confeccionava e comercializava plataformas e sistemas virtuais para terceiros interessados na prática de crimes semelhantes. Recentemente, nas investigações da Operação “Bad Bots”, também deflagrada pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, houve a condenação de duas pessoas responsáveis por crimes contra o sistema financeiro a partir de fraude envolvendo a comercialização de criptomoedas.Com o avanço das investigações, comprovou-se que o sistema virtual usado para tais fraudes foi criado e mantido pela organização criminosa liderada pelo empresário. “Da mesma forma, demonstrou-se que os encontros do investigado com funcionário da área de criação de plataformas virtuais se destinavam a criação e manutenção de outros sistemas virtuais ativos, comercializados pela organização criminosa com terceiros, possivelmente usados para promoção de práticas criminosas semelhantes”, ressalta a PFPor conta disso, considerando a atualidade e periculosidade das ações do investigado, o qual, mesmo solto, continuou a criar e gerir plataformas virtuais usadas para promoção de esquemas de pirâmides financeiras, a prisão preventiva foi decretada pela Justiça Federal também para garantia da ordem pública e econômica, buscando-se, assim, o fim da atividade delitiva.Segundo a PF, as investigações da Operação “Poyais” continuam, não apenas para cessação das atividades criminosas, mas também para a elucidação da participação de todos os investigados nos crimes sob apuração, bem como o rastreamento patrimonial para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas.Francisley é suspeito de cometer crime desde 2016, ao comandar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas. Na primeira fase da operação, foram apreendidos barras de ouro, dinheiro em espécie, joias, carros, relógios de luxo e outros itens.A polícia informou que, na ação desta quinta-feira, foram novamente apreendidos diversos itens de vestuário de luxo, calçados, computadores e dispositivos eletrônicos, em cumprimento dos mandados de busca e apreensão.Anteriormente, a Polícia Federal havia pedido, por duas vezes, a prisão preventiva de Francisley. Os dois pedidos foram negados pela Justiça Federal.Na primeira vez, o juiz substituto Paulo Sergio Ribeiro explicou que Francisley não representava “risco à vida e integridade física de testemunhas” e que não ficou demonstrado pela polícia que “as atividades de captação de recursos de investidores ainda estavam ocorrendo”.Na segunda decisão, o mesmo juiz afirmou que não havia “fatos novos e contemporâneos” que justificassem a prisão preventiva do investigado.(Fonte: Polícia Federal)
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