Mateus Carvalho, o Cocão, deixa timidez de lado e ganha espaço no Vasco e carinho da torcida

Com a confiança de Ramón Díaz e boas atuações, volante se solta no clube e não precisa mais esconder apelido. Ele trouxe os pais do interior do Pará e evita badalações no Rio

O início de temporada tem sido promissor para um jogador que não é titular do Vasco, mas que aos poucos ganha minutos e conquista cada vez mais confiança de Ramón Díaz. A timidez está abandonando Mateus Carvalho, o Cocão.

Conhecido pelo apelido no Náutico, Mateus passou a ser chamado só por nome e sobrenome quando chegou ao Vasco em abril do ano passado. Foi um pedido da diretoria do clube, que passava por um momento conturbado no Campeonato Brasileiro e convivia com a cobrança por reforços de peso. Mateus Carvalho chamaria menos atenção.

Ele e seus representantes toparam, embora não tenham nenhum problema com Cocão. O jogador até gosta. “É Mateus Carvalho na camisa, mas o apelido é o que pega, não tem jeito”, reconheceu Roberto Dantas, empresário do volante, da empresa RR Sports. O próprio clube, em seu perfil nas redes sociais, faz referência à alcunha em publicações relacionadas ao atleta de 21 anos.

Cocão não precisa mais esconder o apelido. As atuações corretas e aguerridas têm sido tema de debate e despertado o carinho do torcedor do Vasco.

Em novembro do ano passado, com o Brasileirão ainda em andamento, o volante foi um dos primeiros jogadores a ter sua situação resolvida: o clube pagou R$ 2 milhões e comprou 90% dos seus direitos econômicos. A decisão teve o aval de Ramón Díaz.

O técnico argentino e seu filho, Emiliano, depositam bastante confiança no futebol do volante, mas tiveram o cuidado de não queimar etapas. Embora viesse de uma equipe grande e tivesse ao menos três temporadas de experiência como profissional, Mateus tem apenas 21 anos e chegou naturalmente assustado ao Vasco.

– Ele sempre foi muito acanhado, simples, mas quando entra em campo mostra ser outra pessoa. Encara todos os desafios. Ele vem enfrentando bem esses desafios no Vasco, evoluindo organicamente, sentindo o que é jogar num clube do nível do Vasco – contou o empresário.

– Antes de ele ir para o Rio, eu alertei: “Mateus, vai acontecer isso, evita rede social, posta só o necessário e vai conquistando teu espaço no dia a dia. Torcedor é só emoção, o Vasco ali precisando de reforços. Ele tomou um susto no início – completou.

Cocão terminou a temporada passada com nove jogos disputados, três deles como titular. Este ano, viajou com a equipe para a pré-temporada no Uruguai, mas voltou antes para participar dos dois primeiros jogos do Campeonato Carioca. Ele foi a campo nas últimas seis partidas, a maioria entrando no segundo tempo.

Sem badalação

Mateus é de origem muito humilde. Ele nasceu em Tucuruí, cidade do interior do Pará que fica a mais de sete horas de distância da capital Belém. Mudar-se para Recife para jogar no Náutico já havia sido uma grande mudança na vida do jogador.

Quando o interesse do Vasco surgiu, o negócio foi fechado com uma condição: ele não poderia ir para o Rio de Janeiro sozinho e ficar longe da família. Dessa forma, os pais aceitaram sair de Tucuruí e viajaram de avião pela primeira vez na vida para morar com o filho na capital carioca.

Detalhe: eles vivem em um apartamento bem próximo do CT Moacyr Barbosa, mas longe da badalação da Barra da Tijuca. “A gente buscou algo mais pés no chão, sem praia, glamour, para ele não se deslumbrar com o Rio”, contou Roberto Dantas. Apesar do perfil discreto, o jogador recentemente engatou num relacionamento.

Mateus Carvalho, o Cocão, foi aconselhado a aproveitar o bom momento e desfrutar do retorno positivo da torcida, por isso tem acompanhado comentários com mais frequência. Ele tem contrato com o Vasco até o fim de 2027.

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Gazeta do Pará

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