A Polícia Federal (PF) vai abrir uma investigação sobre o caso de seis pacientes que receberam órgãos contaminados pelo vírus do HIV no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça, que já determinou o início das investigações.
Os pacientes, que estavam na fila de transplante da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), testaram positivo para o vírus após receberem órgãos de dois doadores diferentes. Este incidente, inédito no Brasil, gerou grande preocupação entre especialistas e autoridades de saúde.
O caso, inicialmente divulgado pela BandNews FM, também está sendo apurado pelo Ministério da Saúde, Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Polícia Civil e pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj). A Secretaria de Saúde do estado confirmou que está colaborando com todas as investigações.
Rigor no processo de doação
No Brasil, os processos de doação e transplante de órgãos seguem critérios rigorosos de rastreamento de infecções, incluindo testes obrigatórios para HIV, hepatites B e C, entre outras doenças. O Sistema Nacional de Transplantes, junto com a Anvisa, estabelece essas diretrizes para garantir a segurança dos pacientes.
O presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, classificou a situação como “gravíssima”. “Isso coloca em risco a confiança de quem já está numa condição de saúde delicada e precisa de um transplante”, afirmou.
Investigação sobre laboratório
O laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS-Saleme), responsável pelos testes dos doadores, está sendo investigado por falhas que podem ter levado à contaminação.
A relação próxima entre o laboratório e figuras políticas levanta suspeitas sobre possíveis irregularidades nos contratos firmados com a Fundação Saúde, o que também será analisado pelos órgãos competentes.
O incidente aumenta a preocupação sobre a segurança do sistema de transplantes no Brasil e coloca em evidência a necessidade de revisão dos processos e maior fiscalização.