Cabo da Aeronáutica é condenado a um ano de reclusão por ofensas a tenente, destacando a importância do respeito nas instituições militares.
Comportamento inadequado, ainda que disfarçado de elogio, pode ultrapassar os limites da convivência profissional, sobretudo em instituições pautadas pela hierarquia, disciplina e respeito. Foi exatamente o que aconteceu em um caso recente na Força Aérea Brasileira, que culminou na condenação de um cabo por ofensas dirigidas a uma oficial superior.
Na tarde da última quarta-feira (14), o Conselho Permanente de Justiça para a Aeronáutica da Justiça Militar da União condenou o cabo Expedito Ferreira Neto a um ano de reclusão em regime aberto. O motivo: declarações de cunho sexual e desrespeitoso feitas à tenente com quem trabalhava, em episódios ocorridos entre março e junho de 2024.
A denúncia, apresentada pelo Ministério Público Militar (MPM) em setembro do mesmo ano, detalha dois episódios distintos. O primeiro ocorreu durante uma ação institucional em celebração à Semana da Mulher, quando o cabo dirigiu-se à tenente com frases como “você é linda” e “a tenente mais simpática”, mesmo após ela ter pedido que ele parasse, explicando que estava noiva e se sentia constrangida com a situação.
O segundo episódio, considerado ainda mais grave, aconteceu em junho, quando ambos foram designados para levar vacinas contra Influenza a uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Durante o trajeto, o cabo voltou a fazer comentários pessoais, insinuando-se à tenente. “Ah, Tenente, que pena que seu coração já tem dono”, teria dito. A militar reafirmou estar noiva e apaixonada pelo futuro marido. Mesmo assim, ao chegarem à UBS, o cabo insistiu com uma frase que, segundo a denúncia, ultrapassou qualquer limite de respeito: “A filha deles seria linda, pois ela é bunduda e ele também é bundudo, então seria uma filha bundudinha”.
